sábado, 8 de dezembro de 2018

Para mudar, basta começar

Os sinais podem sacudir o mundo. De fato, têm sacudido, quando alguns homens decidem-se a fazer algo concreto a respeito de um problema, desde adotar crianças, passando por fundar hospitais, até iniciar organizações devotadas ao cuidado humanitário. Não acontece quando, ao contrário, conformaram-se em "denunciar" e esperar a reação das autoridades. Os que ousam uma ação particular são como crianças pequenas empurrando a primeira peça de dominó.

História é uma disciplina referencial. O homem sabe tão pouco, erra. Cresce com seus erros, contudo" A História segue nos currículos escolares para que a humanidade aprenda com seus erros. Mas não só, o ato acertado é repetido. E deve ser repetido. Não se tentará resolver um problema com uma alão que contribui com ele, isso é base da sabedoria. Não deu certo antes, não dará agora. Mas quanto não foi feito por pequenas ações, sinais outrora repetidos! Houve homens que devotaram suas vidas a cuidar dos doentes, outros que foram mesmo à guerra para isso, houve os que decidiram oferecer um ensino de qualidade, abrindo uma ou duas escolar, e outros os seguiram. Quanto não significou cada particular desses para a História? E mais ainda para os sujeitos concretos beneficiados.

Mas, para além de repetir erros, grande tentação é a de eximir-se dos exemplos dos acertos. Uma moda que permaneceu na mudança de século foi a da "estatização". Trata-se de delegar a outro a responsabilidade, preferencialmente ao Estado. O asfalto da rua, o doente caído, o ignorante, a violência, tudo cabe ao Estado. Da porta de casa para dentro, sim, cabe ao indivíduo. É muito mais fácil. E chamar a atenção para o que ainda não foi sanado já sai imputado como lucro; falar do problema tem um efeito catártico que dá a ilusão de ter-se feito alguma coisa.

Pelo contrário, o mundo, ainda hoje, talvez sobretudo hoje, precisa de sinais que o sacudam para que acorde. Proatividade é uma boa palavra para o momento. Que não se espere o vereador conseguir o asfalto ao fim de mais um quadriênio, se se tem a possibilidade de fazer um mutirão com a associação de moradores. Que não se discuta o problema da fome quando é possível gastar o mesmo tempo colaborando com um movimento que leve comida para os moradores de rua. Mais ainda quando se pode começar um projeto assim, pequeno tanto quanto eficaz.

O fato é que o sinal não acaba em si. Depois de fazer algo de concreto, ele vira uma ideia, uma referência. Ele inspira e motiva. Chama atenção. Salienta a responsabilidade de todo aquele que tem possibilidade. Imortaliza-se numa cadeia mais poderosa que ele mesmo e também dependente dele. Mostra que para fazer, o necessário é começar.

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