quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Será que votar é realmente tão importante?

Nadando contra a corrente, eu tenho minhas dúvidas quanto a democracia. Segundo a Wikipédia, "Democracia é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos — forma mais usual. Uma democracia pode existir num sistema presidencialista ou parlamentarista, republicano ou monárquico". Basicamente eu entendo isso como um regime onde o poder, teoricamente, vem do povo. Ainda em teoria, um regime democrático é aquele onde o representante popular é apenas um instrumento para executar a vontade da maioria. Como gosto de citar, segundo essa lógica, se for da vontade da maioria linchar todo um município, seria então essa a função do representante, realizar essa vontade. Assim, a democracia depende do que vem passando pelas ideias das massas. Como podemos ver hoje se fizermos um esforcinho, existem mecanismos de manipulação de massas em atividade, talvez certas obras de ficção, por exemplo. Se então a moral popular for degradada lentamente, estará então a nação que abriga essa população caminhando para a ruína. As massas terão o poder de pedir legalmente o sangue dos poucos sensatos e nesse dia o caos será instalado. Agora, de um ponto de vista um pouco mais prático. Será que realmente elegemos alguma coisa? Muita gente vota como se estivesse apostando no jockey. Quem jamais viu um eleitor comentando que não votaria em quem vai perder, que atire a primeira urna. Quase que naturalmente, ao vermos um candidato à presidência de um PSTU da vida, sequer pensaremos em ver se sua plataforma é magnífica ou um lixo, vamos ignorar que é uma pessoa concorrendo ao cargo de chefe de Estado. (O que por sinal é algo interessante. Qualquer pessoa que saiba ler e escrever pode ser chefe de Estado, mas o Juiz do Supremo Tribunal Federal tem que ter nível superior. Não há algo incoerente aí? Uma diferença de pesos e medidas entre os três poderes?). Não pedimos jamais pelo presidencialismo e seus adeptos nunca chegaram a nos ensinar a escolher candidatos. Será que o voto livre realmente é um ganho? As aclamadas diretas não seriam um meio de eleger aquele que tem mais apoio de quem manipula as massas? Afinal, qualquer um pode votar, mesmo que o Estado não dê estudo a essa pessoa para poder tomar uma decisão dessas. Sempre me pego pensando se o sistema de voto indireto, onde uma pessoa confiável de cada região vai representar aquele povo, buscando o melhor para eles. É mais fácil confiar no seu Zé que todo mundo conhece e confia que no moço que aparece mais tempo no programa eleitoral. O que por sinal também é uma loucura. Um candidato tem meia hora de programa e o outro cinco minutos. Será que executar à risca a vontade do povo é realmente algo bom para ele? O fato da maioria concordar com algo tem alguma relação com estar certo ou errado? Penso que não, a maioria pode acertar ou errar. Acontece que um homem estudado com todo o poder é temido e um povo sem acesso à educação e com acesso ao que não deve é motivado. Quem disse que o povo sabe o que é o melhor para si? O problema é: E quem sabe o que é o melhor para o povo? Neste mundo não há governo estatal perfeito. Existem uns que devem ser exterminados da face da terra, uns que andam e uns que funcionam melhor. Acontece que isso varia de nação para nação. É como um computador, se é o melhor ou não depende das necessidades do usuário. Dom Pedro I disse certa vez: "Tudo farei para o povo, nada, porém, pelo povo". Hoje sou monarquista porque acredito ser este o melhor sistema de governo para o nosso povo. Luto pela restauração da monarquia constitucional parlamentar de nosso país. Somos adestrados a pensar que o poder moderador é um absurdo absolutista (quando vigora na constituição mais liberal da época...), mas vejo-o como um meio de haver um equilíbrio entre os três poderes. Um imperador que se imponha poderia equilibrar esse horrível jogo partidário que controla nosso país, teria força para influenciar a continuidade dos projetos e seria ícone de orgulho nacional e patriotismo. Chega de ser brasileiro por futebol e samba. Defendo veementemente que esse sistema serial ideal por se basear num homem que traz a preparação de uma vida para governar e o faz por missão em diálogo constante com uma bancada (liderada pelo primeiro ministro) de eleitos populares que trazem os desejos do povo e governam por cargo. Equilíbrio entre a vontade popular e a consciência de seu guia. E claro, o chefe de Estado, o Imperador, seria livre da influência dos financiadores de campanhas por não pertencer a partidos e cabeça do executivo seria outra pessoa, no caso o primeiro ministro, o que faria com que os três poderes orbitassem em torno de um chefe de Estado separado dos três. Enfim, suponho que seja a melhor saída para o nosso país, o melhor meio de fazer as coisas funcionarem. Mas ainda assim é um paradoxo. Com um sistema melhor poderíamos chegar mais perto de uma boa educação, que abre as portas, mas precisamos dessa boa educação para chegar a um sistema melhor. Muito ainda há para falar, mas citando um professor meu "Como faz o esquartejador, vamos por partes".

terça-feira, 26 de julho de 2011

Diálogo com minha sombra e o eco no vazio

Não tenho mais ideia do que postar neste blog. Não tenho leitores, logo não me existe a meta de entreter alguém com meus textos; não sei se as ideias que me correm pela cabeça devam ser publicadas, ao menos por hora; e eu jamais quis fazer deste blog um diário ou coisa parecida, mas apenas um painel de ideias.
A questão é que há uma diferença entre um olhar que apenas critica por considerar "não-bom" e um que critica por se opor a algo bem definido.
Também há de se considerar essa questão de que não estou falando com ninguém em especial. Se estivesse escrevendo poesias, haveriam algum tipo de musa; se tivesse leitores, me dirigiria a eles; se meus artigos visassem publicação formal, falaria com meus leitores que também seriam compradores do meu material; mas a questão é que não estou falando com ninguém, absolutamente. É fato consumado que meu blog só é lido quando eu convido alguém a fazê-lo em razão de uma ou outra postagem. Claro, a minha completa falta de assiduidade em escrever algo aqui ajuda a jamais prender um leitor, assim como a minha ausência de tema central. Talvez eu acabe por criar um "diário ideológico" com este blog, quando a faculdade começar, em duas semanas. Haverão coisas a se falar.
Ou talvez eu devesse preservar o espaço exposto de pensamentos íntimos do Hpositivo e criar outro blog para falar dos fatos que me cercam... Se bem que, de blogs solitários, me basta um e apenas um, este.
Se for da vontade de Deus um dia eu terei quem ler o que escrevo, seja aqui ou em outra situação. Se não for, paciência, não é exatamente algo essencial à minha vida.
Aliás, com o tempo, aprendendo a brincar no meu curso superior de Ciência da Computação, eu deverei aprender a fazer algumas coisinhas legais no visual do blog.
É isso.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Baseado na seguinte proposição morreu, hoje se baseia no que sinto e no eu penso que é assim e pronto

Está ficando mais difícil dialogar hoje. Isso porque as pessoas estão se baseando em sensações e sentimentos. Por n motivos muitas pessoas não mais refletem, então elas fazem o que sobra: sentem. Estou notando que a mídia influencia muito esse sentir todo. Gosto muito de Capital Inicial, mas uma letra deles me incomoda: "Parei de pensar... E comecei a sentir". Onde isso leva? Tem gente que se sente muito bem dando comida a moradores de rua e tem gente que se sente bem matando a sangue frio. Uma ditadura de sensações é meio perigosa, obriga a todos "sentirem igual" e os que sentem diferente serão taxados com certos rótulos. Quando as pessoas pensam e controlam os sentidos e sentimentos elas funcionam melhor.
Sensações podem ser boas se bem orientadas.
Então é difícil levantar proposições quando a base oposta é baseada em "Mas eu sinto...". Não se pensa mais na possibilidade de sentir errado. Aliás, eu diria que estão querendo boicotar a ideia de "erro".
Graças a Deus existem as ciências exatas, que sempre manterão bem viva a ideia de que se erra e pode-se usar os erros como entulho, para ir subindo nele.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Carta aos amigos

A amizade é um doce mistério que me atrai. Como que vias emparelhadas, como algo que pode ligá-las. Mas como é bom quando essas vias se cruzam. Primeiro é descobrir esse emparelhamento para então vivê-lo. Mas cada um tem um caminho e as vias podem se unir e separar constantemente. Novas vias são descobertas, mas as antigas não são esquecidas, pelo contrário, devem, como um bom vinho, melhorar com o tempo, amadurecer.
O problema é que não é fácil olhar e ver aquela via que antes estava ao lado, praticamente grudada à sua, agora mais distante. É triste. Sim, outras entram em nosso caminho, mas não como um substituto, mas como um acréscimo. Cada pessoa é única e especial ao seu modo.
Agora, como uma via andando mais devagar e podendo se dar ao luxo de olhar para as suas vias emparelhadas eu posso refletir... Que saudade daqueles tempos que não voltam mais, com cada via agora distante enquanto estava cruzada com a minha!
Estava lembrando daqueles tempos onde a luz decidiu se impor diante das trevas. Lembrei como aquele que a trouxe era próximo, como eram bons aqueles dias; bons tempos, coisas boas.
Por que tens de se afastar? Por que vai mais para longe? Não, não se afaste mais! - dizemos perante essa dor.
Sim, dor inevitável, dor necessária, dor de crescimento, dor que ensina, mas ainda assim dor.
Mais vias se afastam, se descruzam. Ainda emparelhadas, mas separadas.
Aquele que cruza e descruza, emparelha e até desemparelha, une e separa; o Senhor de tudo tem esse direito e o faz da melhor maneira. Ele deu, Ele revoga ou Ele muda. Decidi que a Ele confio. Se ele emparelhou e cruzou, em Sua sabedoria, também em Sua sabedoria Ele afasta, mas mantém. É Nele que decidi confiar porque quero viver Nele por vocês e em vocês por Ele. E até viver convosco Nele.
Sim, vias se afastam e aproximam de novo, de formas inimagináveis. E cruzadas ou distantes, estar emparelhadas já é uma dádiva. Cada via que me foi emparelhada é uma graça sem precedentes a qual agradeço constantemente. Tenha sido ela muito próxima ou nunca tanto, física ou virtual, masculina ou feminina.
Agora, entre duas fases, penso calmamente nisso. Sinto falta de cada um de vocês. Gostaria de estar individualmente perto de todos.
Quando eu fiz o meu melhor amigo, ou ele me fez, ele foi o centro do meu equilíbrio nesse tema. O tempo passou, as vias descruzaram e meu entendimento do termo evoluiu. Cada um que foi chamado 'um dos' era individualmente importante e "juntos" completavam o centro de equilíbrio.
Meu melhor amigo jamais deixou seu posto e jamais deixará. Cada boa lembrança e o quanto gosto de você é algo perpétuo. Quem você foi, quem você é e quem você será são formas de ver uma só pessoa. Meus melhores amigos me complementam, meus amigos me acompanham e também complementam. Sou o que sou por cada um de vocês também, vocês me influenciaram, fizeram ao menos a mínima diferença em determinados minutos da minha vida! Ahh, meus Pedro e João, meus irmãos, meus companheiros de vida, Il Sacro Tomodachi, ou quais formas mais chame alguns de vocês. Ficai sabendo que gosto muito de todos vocês; tenhais em mente que amo alguns de vocês.
Arranquem-me de meu estado depressivo, sejam arrancados por mim ou andem ao meu lado, esses somos nós.
Porque fiquei triste e vocês me ajudaram, se ofereceram, foram solícitos. Precisei de motivo e vocês se permitiram serem preenchidos, me ajudaram sem nem saber. Não quero estar sozinho e vocês estão ai, porque são como muitas coisas essenciais à nossa vida, nem sempre os vemos, mas sabemos que estão lá. Estão lá e se revelam em sua hora, na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, no amor ou no ódio, na vida ou na morte.
Sim, eu decidi confiar. Eu decidi confiar e é o melhor que posso fazer. Confiar, mas de forma ativa. Eu já disse e repito que quero arrastá-los para a luz que um dia me mostraram. Deram-me uma centelha e eu quero lhes das a plenitude da luz. Quero que encontremos juntos a Fonte de Luz. Quero que onde eu esteja, estejam comigo cada um de vocês, para vermos juntos toda a Glória maior.
Achem-me bobo, exemplar, chato, divertido, sério, engraçado, confuso, seguro ou o que quer que seja.
Cada um a seu modo é especial como só em todo o mundo. Cada um a seu modo é especial para mim. Cada um a seu modo é único e exclusivo.
E é a cada um de vocês e a todos vocês que eu dedico este texto, aqueles dignos da palavra a qual temo e amo, a palavra que sempre quis saber o que era e quando conheci descobri que o significado é o que mais importa, a palavra menosprezada e exaltada, força nos fortes e dos fortes que compõem a força. Por tudo e por todos, é por vocês, amigos.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Tudo bem?

Tudo.
Será mesmo? Já há algum tempo eu penso que o "Tudo bem?" com o qual puxamos assunto é um pouco falsidade... Muitas vezes essa singela questão é proposta já adivinhando a resposta: "Tudo".
Não sei se gosto disso. Aliás, creio que não simpatize muito. Seria mágico se todos perguntassem isso com real interesse, mas a culpa nem é mais nossa, esse cumprimento foi enraizado em nós.
É incrível quando alguém de pergunta isso e mesmo depois de responder a pessoa insiste. "O que há com você? Algo está diferente?". Se você está feliz, compartilha a sua felicidade; e se está triste, divide a sua tristeza.
Inclusive sou a favor de respostas diferentes para o "Tudo bem?". Uma das mais consagradas é o "Empurrando com a barriga". É um pouco mais sensata, diria eu. Particularmente eu uso muito o "Vivo". E quando se tem intimidade o bastante e sabe que a pessoa de fato se interessa pelo seu bem estar, por que não dizer "Mal, muito mal".
Há quem diga que quem responda isso seja só de reclamar. Pode ser que sim, pode ser que não. Depende muito da situação, da pessoa, do momento...
Mas, por favor, as coisas não estão sempre tudo bem. Então pra que nos iludir com essa de que está tudo? Seria nobre dizer que está levando, o que de fato deve ser verdade na maioria das vezes. "Levando" diz que o combate se segue, não importa o 'inimigo'.
Claro que não espero que as pessoas comecem a discursar depois dessa pergunta, seria um caos. Ela já caiu no popular, não tem volta (por hora). Ao menos seria legal se cada um tivesse uma situação onde pudesse ser inteiramente franco ao responder isso. Franco e extenso.
No mais, estamos vivos e levando a vida!
A grande questão é: Está tudo bem?