quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Insatisfeito?

Devo ser uma pessoa um tanto "insatisfeita". Talvez, como li num dito de alguém que não me lembro quem, tenho saudades de um tempo em que não vivi.
Já que estamos a dias das eleições municipais de 2012, por que não começar pelo tema Política? Sou monarquista confesso. Bem, meu país não vê a coroa na cabeça de um legítimo imperador desde o golpe de 1889, 123 anos atrás. Apesar da atividade monarquista existir, seu ideal ainda está distante. Com a mentalidade instalada nas massas atualmente seria muito difícil a restauração nos próximos anos. Aliás, também sou conservador. Dizem pesquisas que em termos de ideias o povo brasileiro também o é, mas os políticos e governantes não são. Mas, como no tempo de Sócrates, eles têm o discurso certo. Gozado como outro dia, quando questionado por um pesquisador sobre um motivo para não votar de forma alguma em um dos candidatos à prefeitura, o homem se surpreendeu pelo meu motivo ser de diferença de ideologia política. Em suma, não votaria num comunista. Surpresa, nego meu voto a alguém que quer fazer o que eu não quero que se faça!
Falando em Arquitetura, prefiro algo mais clássico... Não conheço muito de arte. Ficaria feliz de ter um amigo entendido disso para me explicar algumas coisas. Mas pelo que tenho lido, se não estiver errado me identifico muito com o barroco. De modo geral na arte eu desgosto de tudo que é modernista. A arte é uma beleza que dura para sempre! Agora, ande pelas ruas e veja que tipo de arquitetura vai encontrar nos prédios da sua cidade.
Agora, Música! Bem verdade que gosto de rock, apesar de recentemente não ouvir absolutamente nada, mas tendo cada dia mais para a música erudita. Não gosto do primeiro em sentido amplo, mas restrito. Não é toda bandinha que me agrada, mas determinadas músicas... Quanto ao segundo, ainda estou aprendendo a gostar. E amo o canto gregoriano, é a própria expressão musical do sagrado. Aplicando a "insatisfação" aqui, se me perguntar de um rock novo que eu goste, não saberei o que te dizer; pare numa praça movimentada e analise os rostos das pessoas ao falar em Bach, Beethoven ou Mozart; por fim e mais trágico, observe o tamanho diminuto do uso recente da música sacra.
Liturgia e Espiritualidade! A introdução já se dá no comentário ao canto gregoriano. Anseio por Missas celebradas ordinariamente em Versus Deum e frequentemente com uso da língua litúrgica. Sim, isso é "facilmente" encontrado na Missa Tridentina, e é o que me leva fortemente a ela, basta sinalizar que seu caráter extraordinário é levado a sério na prática. Minha espiritualidade tradicional vai de encontro com o costume (não legítimo, mas propagado por falta de catequese) de pessoas que praticamente dançam ao entoar algum cântico na liturgia.
Finalizo com Educação. Se tivesse poder para isso, reformaria o sistema educacional brasileiro. Ignoraria muitos conselhos sobre uma nova forma de educar e primeiramente olharia para as formas clássicas que sempre funcionaram bem. Nas lacunas aplicaria novas práticas que se mostram boas. Acrescentaria "Música" no Ensino Fundamental. E entenda isso como Teoria Musical. Mais Filosofia e menos Sociologia no Médio, talvez assim abrindo um espaço para Teoria Política e/ou OSPB (Organização Social e Política Brasileira), esta talvez aplicada no segundo segmento do Fundamental. Ao mesmo passo, jogaria no lixo a pretensa Educação Sexual e até, se houver, Ambiental. Sobre a primeira, existem coisas que a escola não ensina (ou doutrina, como preferir), mas se dá em família ou através de uma religião ou filosofia seguida; sobre a segunda, acredito que a noção de não mutilar de graça o meio ambiente vem em parte pela criação dos pais e em parte por cada gesto e pela própria atmosfera do colégio, não sendo necessário um tempo de aula dedicado apenas a isso. O Ensino Religioso, de facto, também teria seu lugar, mas a ser planejado de uma forma cautelosa, bem como outros projetos.
O problema do meu povo é a ignorância! Muitas de minhas discordâncias surgiram através de um simples amadurecimento de opiniões. Pelo jeito, de agora até o futuro eu terei de fazer algo a respeito dessas "insatisfações". Sabe Deus como.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Quem é Deus?


Das Confissões, de Santo Agostinho, um dos mais belos textos que já tive o prazer de ler. Todas as palavras de que tenho não descrevem o quanto é magnífico.

"O que sei, Senhor, sem sombra de dúvida, é que te amo. Feriste meu coração com tua palavra, e te amei. O céu, a terra e tudo quanto neles existe, de todas as partes me dizem que te ame; nem cessam de repeti-lo a todos os homens, para que não tenham desculpas. Terás compaixão mais profunda de quem já te compadeceste; e usarás de misericórdia com quem já foste misericordioso. De outro modo, o céu e a terra cantariam teus louvores a surdos.
Mas, que amo eu, quando te amo? Não amo a beleza do corpo, nem o esplendor fugaz, nem a claridade da luz, tão cara a estes meus olhos, nem as doces melodias das mais diversas canções, nem a fragrância de flores, de ungüentos e de aromas, nem o maná, nem o mel, nem os membros tão afeitos aos amplexos da carne. Nada disto amo quando amo o meu Deus. E, contudo, amo uma luz, uma voz, um perfume, um alimento, um abraço de meu homem interior, onde brilha para minha alma uma luz sem limites, onde ressoam melodias que o tempo não arrebata, onde exalam perfumes que o vento não dissipa, onde se provam iguarias que o apetite não diminui, onde se sentem abraços que a saciedade não desfaz. Eis o que amo quando amo o meu Deus!
Então, o que é Deus? Perguntei à terra, e ela me disse: “Eu não sou Deus”. E tudo o que nela existe me respondeu o mesmo. Perguntei ao mar, aos abismos e aos répteis viventes, e eles me responderam: “Não somos teu Deus; busca-o acima de nós”. Perguntei aos ventos que sopram; e todo o ar, com seus habitantes, me disse: “Anaxímenes está enganado eu não sou Deus”. Perguntei ao céu, ao sol, à luz e às estrelas. “Tampouco somos o Deus a quem procuras” – me responderam.
Disse então à todas as coisas que meu corpo percebe: “Dizei-me algo de meu Deus, já que não sois Deus; dizei-me alguma coisa dele” – e todas exclamaram em coro: “Ele nos criou” – Minha pergunta era meu olhar, e sua resposta a sua beleza.
Dirigi-me, então, a mim mesmo, e perguntei: “E tu, quem és?” – e respondi: “Um homem”. Para me servirem, tenho um corpo e uma alma: aquele exterior, esta interior. Por qual deles deverei perguntar pelo meu Deus, a quem já havia procurado com o corpo desde a terra até o céu, até onde pude enviar os raios de meu olhar como mensageiros? Melhor, sem dúvida, é a parte interior de mim mesmo. É a ela que dirigem suas respostas todos os mensageiros de meu corpo, como a um presidente ou juiz, respostas do céu, da terra, e de tudo o que existe, e que proclamam: “Não somos Deus” – e ainda – “Ele nos criou”. O homem interior conhece essas coisas por meio do homem exterior; mas o homem interior, que é a alma, também conhece essas coisas por meio dos sentidos do corpo.
Interroguei a imensidão do universo acerca de meu Deus, e ele me respondeu: “Não sou eu, mas foi ele quem me criou”. Mas essa beleza não se manifesta a quantos têm sentidos perfeitos? E por que não fala a todos a mesma linguagem?
Os animais, pequenos ou grandes, a vêem; mas não podem interrogá-la, porque não receberam a razão que, como juiz, interprete as mensagens dos sentidos. Os homens, porém, podem interrogá-la, para que as perfeições invisíveis de Deus se manifestem pelas suas obras. Mas o amor às coisas criadas os escraviza, e assim os torna incapazes de julga-las. Ora, elas só respondem aos que podem julgar-lhes as respostas. Elas não mudam sua linguagem, isto é, sua beleza, quando um só as vê, e outro as interroga; elas não lhes aparecem diferentes mas, para uns ficam mudas, enquanto falam a outros. Ou melhor: eles falam a todos, mas apenas se entendem os que comparam sua expressão exterior com a verdade interior. De fato a verdade me diz: “Teu Deus não é nem o céu, nem a terra, nem corpo algum. A natureza das coisas o diz para quem sabe ver; a matéria é menor em seus elementos que em seu todo. Por isso, minha alma, digo-te que és superior ao corpo, pois vivificas sua matéria, dando-lhe vida, como nenhum corpo pode dar a outro corpo. Mas teu Deus é também para ti a vida de tua vida."

Fonte: http://img.cancaonova.com/noticias/pdf/277537_SantoAgostinho-Confissoes.pdf

terça-feira, 19 de junho de 2012

Dos que buscam a Verdade

Aqueles que buscam a verdade têm um diferencial. E é disso que eu gostaria de dissertar brevemente.
Venho notando como quem busca a verdade tem algo em si que mais cedo ou mais tarde se mostra como algo todo especial. Quem busca a verdade não vive por viver, não trabalha pra comer, não levanta porque tem que levantar, mas empenha-se em fazer tudo pela verdade. A verdade é o que vale a pena o filósofo estudar, porque ela é imutável na própria essência.
Falando de outro modo, buscar a verdade é o que dá sentido a tudo. Se tudo que vivemos for apenas um sonho de Brahma, por que ligar para o "proletário"?! Aquilo que eu chamo de "Questões Fundamentais" são o que interessa entender. São, como indica sutilmente o título, fundamentais. O empenho por se questionar quanto a isso, a busca pela verdade, se quiser chamar assim pelo sentido da vida.
Bem, a Verdade é uma pessoa, a Vida é uma pessoa. E quem firmemente busca a Verdade há de encontrar.
Quando Pilatos perguntou a Cristo "O que é a verdade?" o Senhor ficou em silêncio, mas Ele já respondera.(cf. Jo 14, 6)
E o bispo de Hipona, Santo Agostinho, nos diz em suas Confissões:
"A verdade, Senhor é que criaste o céu e a terra. A verdade é que o princípio é tua Sabedoria, em que criaste todas as coisas. (...) É ainda verdade que tudo o que é mutável sugere a nosso pensamento a ideia de algo informe, susceptível de tomar forma, de mudar e de se transformar."
Por isso, busque a Verdade e seja fiel à sua consciência, pois é com ela que você há de prestar contas diante de Quem não há mentiras.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Derivadas, aprendizado e humildade

Agora que notei este fundo que ilustra o meu blog há algum tempo, percebi que aprendi um pouco dele nos últimos tempos. Para o caso de eu mudá-lo e não ter de adaptar o texto, ele mostra algumas derivadas e coisas do gênero. Quando coloquei eu só achei bonito e relacionado a matemática, mas agora eu sei um pouco do que se trata.
Aprender... Tantas coisas que eu quero aprender... Tanto por ler, tanto por estudar... Motivos me sobram, sejam as provas da semana que vem, sejam meus objetivos e ideais. Muito por aprender ainda, mas especialmente que não importa o quanto eu aprenda, o importante é aprender junto a humildade. Um erudito humilde pode ser um auxílio para muitos, um erudito arrogante é uma pessoa marcada por seu próprio orgulho.
Como dito, muito ainda por aprender...

domingo, 15 de abril de 2012

Pela Eugenia, diz o Estado

Depois da trágica decisão do Supremo Tribunal Federal, novamente fazendo as vezes de Legislativo, em permitir o infanticídio eugênico das crianças anencéfalas, critiquei e protestei bastante no Facebook. Agora, com vontade de publicar no meu blog, deixo o seguinte. Meus argumentos são fracos. Salvo as razões da fé, limito-me a ouvir o que diz o senhor presidente do STF, ministro Cezar Peluso:


Eu não acompanho o trabalho deste homem, não conheço sua história e suas bandeiras, mas reconheço o valor destas palavras e o brilhantismo desta defesa magnífica.